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Ser Trader: Quando o Ego toma conta

Ser Trader: Quando o Ego toma conta

Essa ultima semana me ocorreu uma coisa que eu achei curioso. Eu percebi quando meu Ego resolveu tomar conta, e me dei conta dos tipos de pensamentos que me vieram a mente. Me tornei um Egotrader por alguns minutos. Talvez você se identifique com algumas coisas.

Algumas das coisas que me passaram pela cabeça

Quando o meu Ego resolveu assumir o controle (sendo permitido pelo lado racional, pois achei engraçado) percebi uma mudança de postura minha e uma mudança nos meus pensamentos de forma abrupta.

Uma coisa simples desencadeou isso, um simples stop na minha proteção, fez com que meu Ego fosse “atacado“, acionando suas “defesas” e assumindo o controle.

Nesse momento, eu comecei a pensar “Ah, agora o mercado TEM QUE romper essa região, por que foi lá me tirar“. Parece uma besteira, mas isso deu inicio a uma cadeia de pensamentos maiores.

A partir disso, outros pensamentos vieram. Coisas como “Eu não posso estar errado!“, “Minha análise estava perfeita, por que o mercado foi me tirar?“, “Inadmissível sair do mercado assim“, “Por que eu não acertei?“, “O mercado TINHA que ir na outra direção…

Incoerências que ferram o plantão

Quando o Ego toma conta, ele te coloca como o centro das coisas, ou seja, “você está certo, que seja feito a SUA vontade“. E isso atrapalha e muito, seu pensamento racional, afinal, você não consegue dar um passo para trás e analisar o todo.

Sendo assim, você assume uma posição contrária a velha máxima: O mercado é soberano. Ou seja, você pensa que VOCÊ SOZINHO é maior que o mercado inteiro e por isso ele DEVE ir para onde sua análise mandou.

Ou ainda, tenta adivinhar para onde ele vai, colocando em cheque seu pensamento estratégico e seu plano.

Se você não se dá conta do seu Ego, você fica incoerente. Na mesma frase você diz: O mercado é soberano, mas ele vai chegar em tal e preço e fazer tal coisa…

Mantenha-se presente

Eu consegui “achar graça” dos pensamentos que tive por dois motivos: Estava presente a eles e por conta do autoconhecimento.

São necessárias ambas as coisas para você perceber o momento exato em que está “perdendo a racionalidade“. Por me conhecer eu me permiti ter essa experiência e por que?

Porquê eu nunca havia deixado o meu Ego assumir antes, e me conhecendo, eu consegui “domar a fera“, não permitindo que meu emocional fizesse algo fora do meu gerenciamento e perdesse o controle. E o que aprendi?

Que se eu não tomar cuidado com ele, eu quebro uma conta bem rápido. E sabe o que eu mais vejo no mercado?

Traders com Egos enormes, assumindo riscos desnecessários, seja para se provar algo, ou pior, provar algo para outras pessoas.

E você, tem esses tipo de pensamentos?

Muito obrigado por ter investido seu tempo e por ter lido o post até aqui. Espero que tenha te ajudado de alguma forma. 🙂

Ser Trader: Interpretar é diferente de Entender

Ser Trader: Interpretar é diferente de Entender

Então vamos para mais um post “tretoso”. Hoje quero mostrar a vocês que Interpretar é diferente de Entender e o tamanho do abismo entre eles.

Vamos as diferenças…

Então, vamos lá! Precisamos diferenciar as coisas, como sempre gosto de fazer, para que não haja nenhuma dúvida no decorrer do post. Então:

Entender, de acordo com a definição do dicionário significa perceber ou reter pela inteligência; compreender, captar.

Interpretar, de acordo com a definição do dicionário significa adivinhar a significação de (algo) por indução.

Ou seja, quando você Entende de alguma coisa, você compreende as coisas que influenciam sobre aquele assunto, consegue ver como as coisas se encaixam e se movimentam. Exemplo, quando você entende sobre suas emoções, você é capaz de perceber como elas impactam suas ações.

Já quando você Interpreta, você está ADIVINHANDO o significado de algo, o que necessariamente não é verdade ou que vai ter impacto direto sobre algo. Exemplo, quando você lê um relatório econômico ou notícia e ACHA que aquilo vai ter impacto nas suas decisões…

Um exemplo

Tá bom, vou parar por aqui de dizer que ficar de olho em noticias e afins é perda de tempo, afinal elas não geram nenhuma emoção em vocês como ansiedade, medo, nervosismo e stress. Além disso, elas também não sabotam suas mentes, fazendo com que vocês mudem seu operacional… Elas não causam nenhum impacto em vocês.

Por isso, vou trazer um exemplo sobre arte, algo que não tem NADA A VER com o mercado financeiro (assim como filosofia e psicologia):

Nos anos 1930, um artista chamado Jackson Pollock, pintou um quadro onde todo ele era um fundo preto com somente dois pontos vermelhos.

Perguntaram a um critico, como ele interpretava aquela obra de arte e o crítico diz:

Interessante. Acredito que seja um autorretrato do próprio artista. Penso que a tela em branco representava a Terra, pré humanidade, vasta, limpa e pura. Muito potencial. E a tinta preta representa a humanidade, aleatória, caótica, misturada, sem começo e fim, mudando constantemente.

Não sei para onde vai e nem quando vai parar, e a única coisa que podemos dizer é que a história está sempre se repetindo, e que um dia, isso vai consumir toda o planeta.

E esses dois pontos, representam Jackson, pequeno, insignificante, mas ainda sim, se destacando do resto da humanidade.”

Logo em seguida, perguntaram ao artista o que aqueles dois pontos vermelhos na pintura, avaliada pelo critico, significava e ele respondeu:

O que? Ah sim! Deve ter respingado quando eu tentava pintar outro quadro…

Percebem o que eu disse no outro post, sobre as histórias que contamos a nós mesmos?!

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Uma das obras de Jackson Pollock, para terem noção.

O que isso tem a ver com o mercado?!

Bem, muita das vezes INTERPRETAMOS as coisas, tentando adivinhar como as coisas vão funcionar, qual o impacto que vai ter… tentamos adivinhar o futuro.

Ouvimos outras pessoas consideradas “especialistas“, porém não consideramos que essas mesmas pessoas também estão interpretando as coisas, cada um a sua maneira. E nesse mar de achismos, as pessoas criam vieses, por que alguém, de terno e gravata, com um diploma (muita das vezes sem), escreveu em algum site de notícias o que ela ACHA que pode acontecer.

Muita das vezes, essas interpretações estão erradas. E a justificativa deles é: “Bem, o mercado é assim mesmo…

Portando, pare de querer interpretar as coisas. Não perca tempo adivinhando o futuro. Para interpretações, existem inúmeras ferramentas.

Busque ENTENDER as coisas. Se aprofundar no que realmente é importante. Trabalhar com “eu acho” nunca é bom.

Entenda que no mercado financeiro, assim como na vida, não existe certeza de nada, e o achismo de outra pessoa não vai te ajudar mais.

Como disse antes, para INTERPRETAR existem inúmeras ferramentas. Para ENTENDER, há somente uma.

Muito obrigado por ter investido seu tempo e por ter lido o post até aqui. Espero que tenha te ajudado de alguma forma. 🙂

Ser Trader: O processo de tomada de decisão

Ser Trader: O processo de tomada de decisão

Quando nos deparamos com uma situação que requer nossa ação, nosso cérebro ativa o processo de tomada de decisão, que pode levar até milissegundos. E essa decisão pode fazer uma enorme diferença para você!

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Entendendo como tomamos decisões.

Nosso cérebro é uma máquina de computação de informações extremamente poderosa, porém “preguiçosa“. Logo, dependendo do “software” instalado nele, podemos tomar melhores ou piores decisões.

Se nossa mente está configurada para agirmos de uma certa forma quando nos deparamos com situações novas, o faremos de forma automática e nem perceberemos.

Se toda vez que o evento A ocorrer, sua mente entenderá aquele evento, buscará nas memórias um histórico e tenderá a  repetir a ação tomada para aquele mesmo evento no passado.

Conforme essas decisões são repetidas, acabam se tornando hábitos, que viram um comportamento e assim por diante…

O processo de tomada de decisão.

O processo interno de tomada de decisões segue um “padrão“, onde também são adicionados outras variáveis que afetarão a ação final.

O processo segue a seguinte lógica:

Evento > Acesso a memórias anteriores em relação ao evento > Avaliação de ações anteriores > Tomada de decisão

Com essa lógica o seu cérebro, as vezes em questões de milissegundos, toma uma decisão. Esse processo pode ser estendido, caso necessário e dependendo da situação.

Quando não estamos em uma situação de perigo de vida, seguimos essa lógica, pois não temos o fator “preservação a vida“. Um exemplo disso é quando precisamos agir de forma rápida para nos salvar ou até para salvar outra pessoa.

Vamos nos aprofundar um pouco mais nesses pontos.

Evento e Acesso a memórias anteriores em relação ao Evento

Chamo de Evento qualquer situação que requer uma decisão. Desde qual roupa usar à qual ativo devo operar, qual melhor investimento… etc.

Nossa mente é incapaz de imaginar coisas que nunca tenha visto antes. Quer uma prova? Imagine uma cor que não existe. Viu como não dá?!

Por isso, quando algo nos acontece, nosso cérebro vai buscar nas nossas memórias se aquele evento já nos ocorreu antes e todas as informações atreladas a ele. Como você se comportou, como você se sentiu, onde estava, etc.

Se aquele evento é novo, e não temos memória para ele, atribuímos muita carga emocional, e costumamos dar uma atenção absurda, assim como em nosso comportamento e nossas ações.

Ao começarmos algo onde nos damos bem, dizemos que é “sorte de principiante“, mas na verdade é que você está em um estado mental de completo foco. Quando a mente se “acostuma“, ela relaxa e esse estado é perdido.

Dependendo do tipo do Evento novo, ele pode nos paralisar (por exemplo um movimento brusco no mercado, totalmente “anormal”) ou pode nos fazer agir de uma forma positiva.

Avaliação de ações anteriores e Tomada de decisão.

Após nos deparamos com um Evento e acessarmos nossas memórias, entramos na parte de avaliação das ações anteriores. E é aqui que precisamos de muita atenção.

Essa avaliação se dá através de vários fatores, onde um mesmo evento pode gerar ações diferentes nas pessoas, devido a sua avaliação de ações anteriores. Como exemplo, ao ouvir um barulho de explosão, algumas pessoas correm para longe e outras em direção ao som.

Quais os fatores que influenciam suas avaliações? São vários, porém os principais são Autoconhecimento, Crenças e Treinamento Prévio.

Logo, quando você se conhece em profundidade, tem uma percepção melhor sobre suas ações e se elas são positivas ou negativas. Percebem o aprendizado com as decisões erradas e evitam cometê-las no futuro, porém para isso, precisam de outro fator.

Suas Crenças entram logo em seguida. Se forem do tipo que te limitam, suas avaliações serão negativas. Se forem do tipo que te ajudam a crescer, sua avaliação será mais positiva, mesmo que o resultado final não seja o que você esperava.

E por ultimo, se você está habilitado a lidar com aquela situação. Ou seja, se você sabe lidar com tudo o que está ocorrendo, através de algum aprendizado anterior. Para isso que o treinamento serve, te ajudando a criar uma “confiança” no que deve ser feito, além de criar memórias para te preparar para algum evento.

Por ultimo, temos a Tomada de Decisão em si, que é a ação gerada no final desse processo.

Considerações importantes

Nesse processo, somente o Evento e a Tomada de Decisão são “perceptíveis“. O acesso a memórias e avaliação, ocorrem no subconsciente, praticamente invisível, porém quando temos clareza de como o processo funciona, fica mais fácil identificar os pontos.

Outra coisa importante é que, quando não nos atentamos a esses pontos, muita das vezes pulamos a avaliação, tomando decisões prejudiciais a maior parte do tempo, por conta de crenças limitantes muito fortes, falta de autoconhecimento e por falta de conhecimento em como lidar com as situações.

Quando temos nossa mente é tomada por alguma emoção, esse processo fica meio bagunçado e com isso, não tomamos as melhores decisões. Isso se dá por reagirmos as situações em função da emoção, não tendo os prós e contras medidos de forma eficaz.

Agora que você já está ciente de como nossa mente toma as decisões, o que você vai fazer para melhorar as decisões que você toma?!

Muito obrigado por ter investido seu tempo e por ter lido o post até aqui. Espero que tenha te ajudado de alguma forma. 🙂

Ser Trader: Histórias que você conta

Ser Trader: Histórias que você conta

Já parou para pensar em todas as histórias que você conta para justificar certas coisas? Justificar o porquê de não ter conseguido isso ou aquilo? Então vem cá, vamos conversar sobre…

Sua mente não gosta de ficar curiosa

Resultado de imagem para SaciSabe por que você sempre tem alguma resposta para as coisas que lhe acontecem? Simples, por que sua mente precisa justificar tudo. Nada pode ser “aleatório“, afinal, seu cérebro não é projetado para lidar com aleatoriedade e incerteza.

Sim, não somos projetados para lidar com o incerto e por isso precisamos “explicar tudo o que acontece ao nosso redor” para que tenhamos a falsa sensação de controle do ambiente.

Essas pequenas histórias que contamos para nós mesmos, e as vezes passamos adiante, servem para que não fiquemos ansiosos sem uma resposta. Quem gosta de receber como resposta um “Eu não sei o que vai acontecer agora“?

Por isso criamos lendas e mitos antigos, que fazem parte da nossa cultura. E sim, meus consagrados, expandimos isso para o mercado também.

Eu preciso saber o que está acontecendo sempre…

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O que mais vejo por aí, e eu discordo completamente (e não me importo se você gosta ou não), são Traders que acham, (sim, eu disse ACHAM) que precisam saber o que está acontecendo no mundo para poderem apertar o botão de compra/venda.

Pagam por serviços de analises, ficam lendo noticias atrás de noticias, buscando entender “o mundo ao redor“. E como eu já escrevei aqui no blog antes, com essa busca louca por justificativas, para ter uma história para contar, criam Problemas de Narrativa (PROBLEMA DE NARRATIVA).

Assim, essas pessoas pagam por “noticias importantes” para nunca serem pegas de surpresa. Mas adivinhem só, VOCÊ NÃO CONTROLA TUDO, logo cedo ou tarde, você vai ser pego de surpresa, afinal você não é onipresente nem onisciente.

Indo mais a fundo, se por um acaso você não prestar atenção, esse problema se torna um viés, que se torna um hábito nocivo, e com o tempo… crença limitante. Parabéns!

… por que eu não aceito o fato de que não preciso saber.

Sabe por que você (acha) que precisa saber dessas coisas? Para não parecer idiota na frente dos outros. Simples e direto.

Como poderia, em uma mesa, com outros Traders “profissionais”, você não saber o que esta acontecendo em Liechtenstein e como isso impacta a criação de cabras na China e como reflexo, está causando uma queda atual do Bitcoin… Inadmissível isso!

(Note que o que eu escrevi foi propositalmente uma piada, porém a estrutura é a de qualquer profissional que escreva sobre noticias do mercado. Se eu mudo os termos, eu me torno extremamente profissional.)

Lembre-se sempre: Sua mente PRECISA preencher os espaços vazios e justificar as coisas, para que tudo faça sentido. Por mais que essa justificativa NÃO TENHA NADA A VER com o fato em si.

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E agora, o porquê de eu ter razão sobre isso.

Pensa comigo: Quem você acha que entende melhor sobre o mercado financeiro, um Trader que está todo o dia dentro do mercado, literalmente ou um repórter que escreve sobre “notícias” do mercado? Presumo que sua resposta tenha sido o Trader.

Sendo um Trader, e prestando a atenção ao mercado, através de gráficos ou fluxo, me responda: Quando algo acontece no mundo que impacta o mercado, o que acontece primeiro, uma mudança brusca no mercado ou uma noticia em algum site? Okay, concordamos que o mercado REAGE PRIMEIRO, ao passo que sai uma noticia em seguida.

O que torna o fato da noticia ser inútil para tomada decisão, já que ela vem depois do fato ocorrido (Ah, e não confundam NOTÍCIAS com DADOS ECONÔMICOS, se você não sabe a diferença entre eles, precisa estudar e muito).

E para finalizar a lógica: Se você concorda que Traders que estão dentro do mercado, sabem mais do que repórteres que escrevem sobre o mercado (e não estão se arriscando para isso) e que o mercado reage primeiro do que noticias, POR QUE VOCÊ PERDE TEMPO COM JUSTIFICATIVAS QUE SÓ TE SERVEM COMO “MULETAS”?!

Isso é um fato: No final do dia, sempre haverá uma justificativa para a alta ou a baixa do mercado. E você sempre criará uma história para justificar seu resultado.

PS: Espero que tenham entendido a referência nas imagens e não achem que foi por acaso… afinal, sempre precisamos de histórias para contar, não é mesmo?!

Muito obrigado por ter investido seu tempo e por ter lido o post até aqui. Espero que tenha te ajudado de alguma forma. 🙂