Primeira Quinta do mês é dia de Biblioteca do Trader, e hoje meus amigos, trago um livro que simplesmente impactou muito minha maneira de ver a vida de uma forma geral: A Lógica do Cisne Negro, do autor Nassim Nicholas Taleb.
Nota: Eu iria trazer um resumo de um outro livro, porém, esse acabou se tornando mais “importante” na fila.
Então vamos lá!
A Lógica do Cisne Negro
Possuo muitos livros bons. Não tenho uma biblioteca gigante, mas uma quantidade boa de livros. E de todos os livros que eu tenho, esse ganhou um lugar de destaque.
Possui uma leitura fácil, porém requer um conhecimento prévio de alguns conceitos matemáticos (coisas que você aprende ao ler O Andar do Bêbado). É necessário ter esses conceitos para que seja mais fácil para o autor meio que destruí-los e te mostrar como as coisas funcionam.
O assunto principal do livro é sobre o efeito da aleatoriedade em todas as áreas e, principalmente, como nós lidamos com ela. (se você acha que entende, só por que aprendeu na escola, está muito enganado)
Mas o que diabos é um Cisne Negro?
Cisne Negro foi o nome dado pelo autor para eventos que ocorrem, de forma totalmente inesperada e que causa um grande impacto. Em geral, depois de ocorrido, vão existir várias explicações mostrando como esse fato era previsível.
Exemplos atuais de Cisnes Negros são: Moedas Virtuais, Crise Políticas, Crises Financeiras e etc.
Dois mundos diferentes: Mediocristão e Extremistão
O autor nos mostra logo de cara dois mundos essencialmente diferentes entre si.
O primeiro é o Mediocristão, onde as pessoas ACHAM que estão. Onde o impossível existe. Onde os eventos de grande impacto, por possuírem poucas chances de ocorrer, são ignoradas.
É um lugar onde, como o autor mostra, é regido pela Curva em forma de sino.
Já o Extremistão, é onde nós vivemos. Onde eventos de grandes magnitudes ocorrem, mesmo possuindo poucas probabilidades. E esses eventos mudam tudo. Um lugar onde o impossível não existe
O conceito é mais complexo do que isso, porém, não teríamos espaço aqui (infelizmente)
Como nós tratamos as probabilidades
Nesse livro, o autor nos demonstra como as probabilidades que aprendemos na escola, não se aplica na vida real.
Um exemplo, é o famoso jogo de moedas em que você possui 50% de chances de dar cara ou coroa. Se em 99 jogadas a moeda só deu cara, qual a probabilidade de ela dar coroa na 100º?
Pelo que aprendemos na escola a resposta será 50%, certo? Mas na vida real não é…
Na vida real, assumimos que existe algo errado com esse moeda, e a probabilidade real seria muito maior de 50% dar cara do que coroa.
Na teoria dos jogos que aprendemos na escola, não são levados em conta outros fatores externos, que existem ao nosso redor, e que influenciam diretamente as probabilidades finais.
Logo, a melhor aproximação de probabilidades reais é a aplicação dos conceitos de fractais de Mandelbrot. Pois, as probabilidades aplicadas são escaláveis.
Empirismo e Ceticismo
Algo muito importante que é tratado no livro é justamente a “quebra” da teoria. Muita gente aprende teorias (trazendo para o mercado, aprendemos os setups, teoria de Dow, Elliot, Fibonacci entre outros), porém muitos não observam o mundo ao seu redor para ver se a teoria se aplica de verdade.
A maioria quer que o mundo se encaixe na teoria aprendida numa sala de aula, porém esquecem que fora da sala de aula é um lugar totalmente diferente.
Logo, o autor mostra o por que devemos ser céticos a teorias já estabelecidas e, a partir das nossas observações e experiências empíricas, aprendermos como as coisas ao nosso redor funcionam.
Sendo mais simples: O autor pede que partamos da prática para a teoria e não o contrário. Que observemos o mundo ao nosso redor e SOMENTE DEPOIS procuramos alguma teoria.
A necessidade de justificativa
Outro ponto importante do livro, é sua demonstração a respeito de algumas falhas inerente a nós, humanos.
A necessidade de contarmos histórias para justificar os eventos passados, tornando assim o que não tem explicação, em algo simples. Como exemplo, uma movimentação forte na bolsa, logo ganha uma explicação, quase vinda do além, em algum site ou gerada por nós mesmos.
O autor também nos mostra que nós cometemos o erro de achar que sabemos mais do que outras pessoas. Nos julgamos melhores e superestimamos o que sabemos. Com isso, cometemos erros de análise com bastante frequência.
O quanto você não sabe é tão importante quanto o que você sabe
Uma coisa que me impactou bastante no livro, juntamente com outros conceitos, foi o fato de medirmos o quanto sabemos algo através do quanto não conhecemos o resto das coisas. De certa forma, nunca saberemos muito e por isso devemos continuar a aprender.
Ele demonstra isso, utilizando uma biblioteca com muitos livros, onde o que mais importa é o conhecimento contido dentro dos livros não lidos. Pois neles podem haver mais perguntas…
Conclusão
Esse livro me mostrou que ninguém pode prever o que vai acontecer no futuro. Nem os “especialistas” conseguem. (se duvida, utilize a previsão dos analistas e meça quantas vezes eles erraram e compare com quantas vezes acertaram)
Me mostrou que olhar para o que já ocorreu, não vai ajudar em nada para o que vai acontecer.
Aprendi que não preciso ficar buscando justificativa para tudo o que ocorre ao meu redor, conectando coisas que muita das vezes nada tem a ver com o ocorrido.
Aprendi a focar no que esta ocorrendo de mudanças agora, a ficar atento aos eventos que podem mudar tudo, seja na minha operação, seja no meu dia, seja na minha vida…
Nota: Só para constar, o autor foi operador de Derivativos da Bolsa de Nova York, o que já conta como um motivo a mais para ler esse livro!
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