Como seres humanos, muita das vezes acabamos atribuindo carga emocional as coisas que fazemos, seja para dar um significado, seja para podermos ter algum “controle” sobre essas atividades, porém algumas vezes exageramos, o que impacta nas nossas tomadas de decisão.
No post de hoje vamos entender melhor, como funciona essa carga emocional.
Post sugerido pelo amigo e leitor do blog Emílio Moura! Espero que curtam!
Carga emocional = Pertencer a um grupo
Indiretamente, associamos emoções às nossas atividades mais corriqueiras, como por exemplo torcer para um time de futebol.
Por mais que não joguemos no time, nos sentimos como “parte da família” quando ele ganha ou perde, nos sentindo bem ou mal, independente das nossas ações.
Sabemos que ficar gritando com a TV, dizendo para os jogadores passarem a bola ou chutar ao gol, não vai mudar o resultado do placar, mas involuntariamente fazemos isso.
Tudo isso, por que nosso cérebro associa nossas emoções à atividade, no caso o jogo de futebol, além de nos fazer sentir que pertencemos a um grupo (questões sociais inerentes a nós). Esse é o motivo pelo qual ficamos felizes e tiramos onda com os amigos quando nosso time ganha e ficamos chateados por que eles zoam de volta quando nosso time perde.
Carga emocional = Valor agregado
Quando nós atribuímos alguma carga emocional a uma atividade, normalmente nós daremos mais valor a ela do que outras pessoas “que não a entendem”.
Essa atividade em si, pode nos deixar mais felizes quando a estamos executando (um hobby, por exemplo) ou causar sentimentos de tristeza e cansaço mental (fazer um trabalho que não gosta, por exemplo).
É bem natural fazermos essas associações, pois nosso cérebro busca os sentimentos bons e tende a evitar os ruins. Com essas cargas emocionais, fica mais fácil para ele selecionar o que nos faz bem e o que não faz.
Exemplificando
Em um experimento, os candidatos tinham algumas poucas canetas comuns em cima de uma mesa e eles, em um primeiro momento, tinham que dizer o quanto pagariam pela caneta.
Em um segundo momento, alguns dos candidatos tinham a mesma caneta, e tinham que vender elas para o outro candidato.
Notou-se que mesmo sendo a mesma caneta, o preço de venda era superior ao preço pelo qual o candidato estava disposto a pagar, pois a caneta era “dele” agora. Com isso, elevou o preço, devido ao sentimento de posse, que veio da carga emocional atrelada.
Tá, mas o que isso tem a ver com nós, Traders?!
Quando associamos carga emocional ao mercado, geralmente fazemos besteira. Muita besteira.
Associamos carga emocional, quando entramos nas operações (medo, insegurança), quando saímos das operações (felicidade, raiva) e quando pensamos nas operações passadas (frustração, arrependimento).
Assim como, não podemos deixar os sentimentos extremos como euforia e raiva, nos dominarem, pois com esses sentimentos, tomaremos as piores decisões possíveis no mercado. Se estiver eufórico, se sentirá invencível. Se sentir raiva, vai querer vingança.
E em ambos os casos, quando o mercado não “validar” sua carga emocional, o tombo, o sentimento de impotência, é muito pior. Você vai da euforia para a depressão em um par de candles.
E a parti daí, HESITAREMOS e deixaremos as oportunidades passarem.
Não se apegue as emoções.
Entenda, não estou dizendo que não temos que sentir as coisas. Não somos robôs.
O que quero dizer é que não podemos deixar esses sentimentos nos dominarem, e nos deixar cegos as coisas a nossa volta, como num CIRCUITO FECHADO.
O importante é saber administrar eles. Se teve um ótimo dia no mercado, aproveite a sensação, mas saiba que amanhã, é um novo dia. Se teve um dia ruim, tire o aprendizado, e saiba que amanhã, é um novo dia.
O principal é saber que no dia seguinte, o mercado será diferente. Tratá-lo de forma profissional, é a melhor maneira, pois assim, a carga emocional diminui.
“Tive ganho ou tive perda, ótimo, mais um dia de trabalho” e pronto. Não tem que ficar pensando no que poderia ter sido, entende?
Não levem o mercado para o lado pessoal, jamais.
A melhor frase que eu já ouvi, sobre isso veio do seriado Billions:
Os bons Traders se sentem bem quando tem ganho. Os melhores não sentem nada” – Wendy Rhoades
Quando não estiver mais sentindo nada em relação ao mercado, você estará um passo mais próximo da sua evolução como Trader.
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