por Patrícia Pedrozo | abr 6, 2018 | Mindset do Trader
Eu ouvi essa história e achei muito interessante. Particularmente, me identifiquei bastante com ela e espero que você também goste e se identifique.
As duas águias do Rei
Certa vez, um rei ganhou de presente de um fazendeiro local duas lindas águias em sinal de gratidão. Todos os dias de manhã, ele ordenava que as águias fossem soltas para poder voar livremente, e ficava as admirando da janela. Porém, das duas águias, somente uma voava livremente, fazendo seus movimentos no ar enquanto outra voava até uma árvore próxima e simplesmente ficava ali parada.
Ao notar que esse comportamento era recorrente, chamou o responsável pelos animais do castelo e pediu a ele que resolvesse esse problema, pois como uma das águias conseguia voar e a outra não?
Após inúmeras tentativas, o responsável pelos animais retorna ao rei frustrado por não ter conseguido. O rei, então pede para que chamasse o fazendeiro que lhe deu as águias de presente.
Quando o humilde fazendeiro chega, com suas vestes simples, o rei lhe conta sobre o “problema” com uma das águias e pede para que o fazendeiro resolvesse, pois do contrário, teria que sacrificar esta águia que não queria voar…
Na manhã seguinte, uma surpresa. Ao olhar pela janela, o rei vê as duas águias voando livremente, se movimentando no ar, fazendo todo aquele balé aéreo.
O rei tomado pela felicidade, manda chamar novamente o fazendeiro e pergunta ao fazendeiro que solução mágica ou técnica complexa ele usou para fazer com que a águia começasse a voar e o fazendeiro respondeu:
– Meu rei, não havia muita coisa a se fazer a não ser cortar o galho da árvore na qual ela se apoiava. Simplesmente subi na árvore e o cortei. Enquanto a águia caia, percebeu que “tinha asas” e começou a voar novamente…
Então, o que tem te impedido de voar mais alto?!
por Patrícia Pedrozo | abr 5, 2018 | Mindset do Trader
Fala galera! Trazendo novamente aí a Biblioteca do Trader, com o livro O Andar do Bêbado. Para quem não conhece, o livro aborda como a aleatoriedade influencia nossas vidas e nossas tomadas de decisões, tudo a ver com o que fazemos no mercado.
Vou me comprometer a toda primeira quinta-feira do mês, trazer um resumo de um livro que eu tenha lido e que tenha me ajudado de alguma forma, direta ou indiretamente. Espero que curtam o resumo!
O Andar do Bêbado:
Este livro me ensinou a ver as probabilidades nas mais diversas formas ao redor da minha vida. Desde tomar decisões simples, como fazer uma atividade ou não, como decisões mais complexas, que podem impactar e mudar a vida como um todo.
Como a aleatoriedade influencia nossas vidas?
Antes de mais nada, é necessário separar possibilidade de probabilidade. Possibilidade é um evento que pode ocorrer, como exemplo, hoje pode chover, ficar nublado ou fazer sol. Probabilidade é a porcentagem de chances de que um evento (possibilidade) ocorra, ou seja, temos 30% de chances de chover, 20% de chances de ficar nublado e 50% de chances de fazer sol.
De certa forma, o autor do livro mostra que a incerteza nos cerca e que não estamos completamente a mercê dela, que podemos quantificar, medir e em certos casos, saber seus impactos antes mesmo de ocorrer.
Como tudo começou…
No inicio dos estudos sobre aleatoriedade e probabilidades, atribuíam determinados resultados a vontade dos deuses (ou deus, como é hoje em dia) por desconhecerem as formas de calcular e medir estes eventos. Após o inicio dos estudos, foi constatado que existem algumas distribuições de probabilidades que mais ocorriam do que outras, fazendo com que o jogador aumentasse sua chance de ganho, independente da vontade dos deuses.
Chegaram à algumas conclusões sobre eventos independentes, ou seja, que não dependem de resultados anteriores para ocorrer, sobre eventos dependentes, onde os resultados atuais são influenciados pelo evento imediatamente anterior e sobre eventos condicionados, como por exemplo se evento A ocorrer, o evento B não ocorrerá, ou se evento A ocorrer haverá maior probabilidade de evento C acontecer.
Utilizando as Probabilidades ao nosso favor!
Com isso em mente, nós podemos enxergar a vida, através dos olhos da matemática das probabilidades e entender o que pode ou não acontecer e reagir, ou até antecipar, da melhor forma possível determinados acontecimentos. Conseguimos separar os fatos em si, das emoções, que podem nos fazer reagir certos acontecimentos de forma errada.
Um exemplo dado no livro, foi de um matemático chamado Jagger que decidiu provar o poder das probabilidades dentro de um cassino. Ele juntou uma equipe de alunos e solicitou que os alunos observassem as roletas de um cassino em Monte Carlo. Após reunir informações o sobre quais os números mais sorteados nas roletas, percebeu que havia um viés em uma delas e decidiu ir até o cassino e começou a jogar nesta especifica. No final da primeira noite, ele já acumulava algo em torno de 70 mil dólares. Isso chamou a atenção dos gerentes do cassino, pois acharam que o mesmo estava roubando, porém não conseguiram confirmar tal alegação. Ao fim do quarto dia, seu lucro já estava na casa dos 300 mil dólares. Isso causou alvoroço no cassino, fazendo com que os donos tomassem uma decisão: mudar a roleta de lugar. No quinto dia, Jagger começou a perder seu dinheiro (perdia mais que ganhava), porém notou que a roleta na qual apostava antes era diferente da atual. Ele a procurou dentro do cassino e quando a achou, começou a jogar nela novamente. Em pouco tempo, seus lucros já estavam na casa de 1 milhão de dólares. Infelizmente para Jagger, os gerentes do cassino começaram a mudar os vieses de todas as roletas de lugar, tornando mais aleatório os resultados fazendo assim com que Jagger não soubesse os resultados possíveis. No final do experimento, ele terminou com seus 325 mil dólares.
Um pouco da parte técnica (é importante saber as bases)
Uma observação importante, com o passar do tempo, foi a distribuição normal das probabilidades que podem ocorrer, alcançando assim uma média verdadeira de resultados possíveis. Assim, quando se tem uma quantidade suficiente de informações, é possível distribuí-las em um gráfico em forma de sino e saber quais os eventos que aconteceram com maior e menor frequência, assim como os eventos que ocorreram com frequência idênticas.
Outra ferramenta importante criada foi o Triângulo de Pascal, onde é possível medir de quantas maneiras diferentes os eventos podem acontecer, de acordo com as suas possibilidades. Exemplo, seu eu possuo 3 possibilidades de eventos (A,B e C), de quantas maneiras possíveis eu posso ter a sequencia ABC atendida? O triângulo lhe dá essa informação já devidamente calculada. (Acho que já vi isso sendo usado nesse POST)
Lei dos Pequenos e Grandes números
Outras coisas importantes que aprendi foram as leis dos pequenos e dos grandes números, como alguns eventos que parecem irrelevantes, podem afetar as medições e cálculos e como nós, seres humanos, tentamos enxergar padrões onde muitas das vezes não existem e tomamos decisões baseadas neles.
A lei dos pequenos e grandes números, nos diz que se tivermos uma amostra pequena de alguns eventos e quisermos medir suas probabilidades, nós estaremos obtendo um falso positivo (ou negativo) pois não teremos os dados suficientes para medir da forma correta, ou seja, quanto mais dados, mais informações e maior espaço amostral tivermos, melhor será a precisão das medições. Podemos ver isso nas previsões do tempo, movimentos do mercado financeiro, resultados empresariais e políticos por exemplo. Com isso, nós tendemos a enxergar padrões onde muita das vezes não existem, e seus resultados verdadeiros são completamente aleatórios. Um exemplo disso, são os CEOs promissores ou os gerentes de fundos de investimentos. Devido a um resultado positivo em, por exemplo, 5 anos, tendemos a achar que o no ano seguinte este mesmo CEO ou gerente, terá um resultado semelhante aos anteriores e por ele ser o “cara”, nos esquecemos que os cenários mudam com o tempo e que qualquer evento aleatório, por menor que seja, pode alterar o resultado final (efeito borboleta). Logo, vemos muitas noticias de gente promissora num ano, tendo resultados ruins no ano seguinte e com isso sendo esquecida. Obviamente, não existe uma medida de tempo o suficiente para medir a eficácia com precisão, pois levariam anos, mas temos que ter em mente que os resultados futuros não serão totalmente dependentes dos resultados passados e que devemos dar maior importância para o agora.
E tudo isso para…
Concluindo, ao terminar de ler este livro, eu consegui discernir o que é fato, matematicamente explicável, e o que é minha reação a este fato, além de como eu posso utilizar as probabilidades ao meu favor e reagir da melhor forma a coisas que não tenho controle. Nossa mente não consegue calcular todas as probabilidades de tudo o que pode nos ocorrer, isso é um fato, porém não podemos nos deixar se levar pela vida, sem tomar decisões da melhor forma possível, pois isso fará uma grande diferença, não só na sua vida, mas na de todos os que te cercam, você conhecendo-os ou não.
por Patrícia Pedrozo | abr 3, 2018 | Planejamento e Organização
Pergunta rápida: Você sabe usar o STOP de forma correta?! Será?
STOP.. para que serve, onde vivem, o que comem…
Vamos ser diretos, TODOS que operam no mercado sabem o que é uma ordem de stop loss/gain, mesmo que não usem (aí complica né..), mas sabem para que serve.
De forma simples, tem a função de limitar suas perdas (stop loss) e marcar um alvo para suas operações (stop gain) e quando o mercado atingir os preços determinados, a ordem é executada, sem mistério.
MAAASSS, meu intuito aqui não é ser técnico, nem mostrar “qual o melhor ponto para se posicionar um stop”. longe de mim fazer isso… o que eu quero é que você pare um pouco e pense o que acontece na sua mente durante a operação, ou seja, com a ação rolando na tela.
Ressignificando o STOP
Vamos imaginar aqui uma operação aleatória (ou se preferir, pode ser uma operação que você tenha feito). Vou partir do principio que você use as ordens de stop loss/gain.
Você analisou o gráfico, viu o movimento dos preços, conferiu seus indicadores (caso use…) e decidiu abrir uma posição no mercado. O preço alcança sua ordem, executa no seu ponto de entrada e a partir daqui temos duas possibilidades:
1 – O preço alcança seu stop loss
Com o preço indo contra você, começa a preocupação de “levar aquele stop”, começa o nervosismo, a impaciência, a ansiedade e talvez até, um pouco de desespero.
E quando pega sua ordem de stop loss, vem aquele sentimento de frustração, pois você analisou o gráfico, viu tudo o que poderia ver e ainda assim, foi stopado no prejuízo
Aquele stop cheio!
2 – O preço volta e começa a ir ao seu favor
Melhor sensação do mundo, não é mesmo?! Tira um peso das costas e toda aquela pressão da operação some como mágica… melhor ainda, indo no seu alvo preestabelecido e te dando uma operação vencedora.
DEU GAIN!
Agora vamos analisar sua postura diante de ambos os casos:
No primeiro caso, nos sentimos mal por termos tido um prejuízo, mas realmente deveríamos? Bem, devemos entender que isso é um risco do nosso negócio. Estamos arriscando nosso capital a cada operação.
Uma dica para ressignificar essa situação é tomar duas decisões importantes: A primeira, usar o Stop loss, literalmente como uma pausa. Levante-se, vá tomar uma água, sai da frente da tela, respire e tire o foco do mercado por alguns instantes, para que você aceite aquele prejuízo. A segunda é responder, de forma sincera a pergunta: O meu ponto de entrada foi REALMENTE o melhor ponto de entrada, a partir do meu operacional?.
Quando se para para pensar nessa questão, automaticamente, você condiciona sua mente a procurar pontos diferentes da entrada que você fez, fazendo com que se enxergue outras “oportunidades” escondidas
No segundo caso, a sensação de euforia, dependendo do tamanho ganho, pode (VAI!) impactar sua próxima decisão, fazendo com que você não consiga entrar no melhor ponto possível, pois o sentimento de “eu estou certo” está afetando seu julgamento. Aqui vale a primeira dica do stop loss, faça uma pausa.
Uma outra coisa que pode acontecer é o preço continuar o movimento, indo bem além do seu ganho, e você ficar se sentindo mal por não ter “pego mais”.
Esse sentimento vai totalmente contra a disciplina, pois se você já definiu seu alvo, é ali que você sai da operação, INDEPENDENTE do que aconteça. Ao entrar em uma operação, você deve saber o quanto está disposto a perder e o que quer ganhar…
E a galera que não usa STOP ou fica movendo o STOP LOSS?
Só uma coisa:
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