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Ser Trader: A importância de um Diário de Trading

Ser Trader: A importância de um Diário de Trading

No post sobre DISCIPLINA, eu fiquei de mostrar o exemplo do meu Diário de Trading e com isso, resolvi dedicar um post inteiro sobre esse tema. Então, hoje veremos a importância de um Diário de Trading e como ele te ajuda na sua evolução.

Querido diário…

Antes de mais nada, precisamos saber qual a função dessa ferramenta, que muita (mas muita mesmo!) das vezes é ignorada pela maioria dos traders.

A função principal é de criar um histórico de suas operações e servir como base de pesquisa de erros e acertos cometidos no passado. Com tudo devidamente registrado, essas informações não se perdem dentro da nossa cabeça e facilita nossa mensuração do quanto estamos evoluindo.

Quando se anota sua operação no Diário, seu lado racional precisa “explicar” o que foi feito, e com isso você analisa friamente sua operação. E fazendo isso, você sabe o que fez de certo e o  que fez de errado, mesmo que a operação tenha dado Loss.

Por onde eu começo?!

Muitos traders, principalmente os iniciantes, não possuem um Diário de Trading por dois motivos principais: 1º – Por que não sabem que isso existe e 2º – Por que não sabem o que devem anotar.

Existem muitos modelos de Diários de Trading na internet, formulados por analistas e outros Traders famosos, porém eu particularmente não sou muito fã disso, pois minhas necessidades não serão atendidas por elas. (assim como, meu modelo de Diário possa não atender as suas)

Logo, eu prefiro que cada Trader desenvolva seu próprio Diário, pois somente você sabe o que você precisa.

Minhas dicas sobre o que anotar em um diário, estão voltados mais para o lado técnico e psicológico, do que para o financeiro ( o que eu julgo desnecessário saber).

O que eu preciso saber?!

Eu sou um grande defensor da frase: Esqueça a p#$@ do financeiro. Então, o que eu preciso saber são as partes mais técnicas e psicológicas das operações.

Por isso eu anoto sempre o motivo técnico pelo qual eu fiz uma entrada, seja uma compra em um suporte, uma venda em uma resistência, uma entrada por padrão de candle ou em uma linha de tendência…

Vai sempre depender de como você opera e como enxerga o mercado. Seja através de algum gráfico limpo, indicadores ou leitura de fluxo.

Anoto também observações sobre como eu estou me sentindo durante a operação, se eu estou nervoso, ansioso, tranquilo… E até se eu fiz alguma coisa fora do operacional, e o que me levou a tomar essa decisão

E nesse momento você deve ser bem sincero com você mesmo, pois do contrário estará traindo a você mesmo ( o que quebra totalmente o conceito de disciplina e consistência).

E por último, anoto que lição eu aprendi com aquela operação. Sim, cada operação no mercado te ensina alguma coisa que você não sabia antes ou confirma o algo que você já sabia.

Isso é importante pois te força  aprender algo ou descobrir o que você deve melhorar. Se não respeitou seu operacional, por exemplo, que tipo de lição você pode ter aprendido? Se agiu antes do tempo, o que fica de lição?!

PDCA do Trader

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Para quem não conhece, o termo PDCA, vem do inglês Plan-Do-Check-Act (Planeje-Faça-Verifique-Aja). Um termo muito comum no mundo corporativo (e serve para a vida também!)

Ele é um processo que faz com que você estabeleça um plano de ação, execute-o conforme o planejado, verifique os resultados obtidos e ajuste o que está fora de lugar para que se chegue ao objetivo do plano (e ainda tem gente que insiste que coisas que nada tem a ver com o mercado “não influenciam”…)

Seu Diário de Trading é o que serve de base para que você faça seu próprio PDCA. Mantenha uma rotina de ler seu diário, uma vez por semana ou uma vez por mês, e verifique o que precisa ser mudado para que você alcance seu objetivo.

Com base nele, você vai saber exatamente o que deve ser feito e caso necessário, pode até procurar ajuda para chegar lá. Seu Diário vai servir para identificar onde você está errando e trazer esse problema para a luz do seu pensamento consciente…

… e é ai que a mágica acontece!

Como prometido, meu modelo de Diário de Trading

Semana Dia Horário Total de pontos Ativo Qtd de Ctt Observações Técnicas Notas Lição aprendida
Localização:

Semana: Coloquei uma fórmula no excel baseado na data, só para saber a semana do ano e saber se minha semana foi ou não positiva ( uma boa maneira de filtrar, caso queira)

Dia: Data do pregão em que fiz a operação

Horário: Horário do candle que executou minha ordem. Eu costumo operar pelos 5 min e anoto o horário padrão do candle (exemplo, 9:10 ou 09:15). Isso me ajuda a localizar a operação caso queira fazer um backtest futuramente.

Técnica:

Total de pontos: A quantidade final de pontos que eu fiz na operação executada. Em caso de perda, eu utilizo o sinal negativo (-)

Ativo: Qual ativo que estou operando. Serve para quem opera mais de um ativo, podendo ser ignorado por quem só opera um ativo.

Qtd de Ctt: Quantidade de contratos que estou utilizando naquela operação (Eu, particularmente, opero com a mesma mao o mês inteiro).

Observações Técnicas: Aqui escrevo toda a parte a parte técnica da minha operação. Meu ponto de entrada, meu ajuste de stop, se deu gain ou loss.

Psicologia

Notas: Anoto como estou me sentindo durante a operação, se estou nervoso, ansioso, se eu movi meu stop antes da hora, se agi por instinto, se respeitei a técnica (disciplinado), enfim, faço uma auto análise.

Lição aprendida: Quando se encerra uma operação, o que eu aprendi com ela? Quais resultados vieram das minhas atitudes?!

Esse é meu modelo de Diário de Trading desde o começo. Ele me trouxe até aqui e ainda vai me levar mais longe.

Podem usá-lo como base, caso atenda as suas necessidades, ou modificar caso queira, fique a vontade!

Ser Trader: A disciplina do Trader – Prática

Ser Trader: A disciplina do Trader – Prática

No post anterior, eu abordei a disciplina do Trader de uma perspectiva mais teórica, o que se faz muito por aí. Porém, o tema é extenso, e eu resolvi separar em duas partes, para facilitar a compreensão e quem sabe, tornar você leitor, mais disciplinado!

Toda conquista começa com a decisão de tentar.

Então, vamos a prática!

Eu costumo dizer que a disciplina é um hábito que você começa a adquirir com as coisas “pequenas”.  Essas tais coisas pequenas, muita das vezes são ignoradas por nós e passam desapercebido durante o dia.

Exemplo de coisa pequena seria a leitura de um livro. Você costuma ler diariamente?

A melhor forma para aprender a seguir seu operacional no mercado é ter o hábito de ler. Sério. Mas não é ler uma página ou duas.

Eu, particularmente, aprendi a ter esse hábito com o tempo. Não gostava de leitura, até que encontrei um assunto que me interessava, então comecei a ir atrás de livros a respeito. Mas pra isso eu precisei desenvolver um método para que eu pudesse ler os livros e aprender.

Definindo um Plano de Leitura

Quando eu comecei a ler, eu precisava de um planejamento para ler o livro. SIM! Eu não lia somente quando me dava vontade.

Então, primeiro eu escolhi um livro de pouco menos de 200 páginas para ler de início. Comprei o livro e logo vi a quantidade de capítulos que tinha.

Notei que os capítulos possuíam poucas páginas e, para quem esta iniciando na leitura, isso é ótimo. Então me propus a ler um capitulo por dia, para que eu lesse o livro inteiro em menos de um mês.

Portanto, eu sabia que só poderia ler durante a semana, e enquanto eu voltasse da faculdade, pois seria o único momento em que teria tempo para me dedicar a leitura.

No fim das contas, meu Plano de Leitura era ler um capitulo por dia enquanto eu voltava da faculdade pra casa.

Dias que não saiam como o planejado

Como tudo na vida,  nem sempre tudo o que você planeja funciona como o esperado.

Houveram dias em que durante a volta pra casa eu não pude ler um capitulo, pois a condução estava cheia de mais, ou dias em que realmente estava muito cansado da rotina do trabalho e da faculdade…

Ou seja, esses dias me “atrasavam” em alcançar a meta do dia e do meu objetivo, que era terminar o livro no final do mês, me fazendo “perder” o dia. Porém, eu sempre respeitava esse dia perdido, sem tentar forçar a barra, me mantendo dentro do que eu me propus a fazer.

Haviam dias em que eu conseguia ler mais de um capitulo, por serem mais curtos, e outros dias que não conseguia terminar de ler um inteiro, por ser maior que os outros. O que, se parar para pensar, se compensavam no final.

Porém, eu me mantinha fiel ao meu Plano de Leitura, para que eu terminasse minha leitura no tempo que eu havia estabelecido.

Um capítulo de cada vez

Com o Planejamento pronto, eu já sabia exatamente o que eu deveria fazer, quando eu entrasse no ônibus e me acomodasse.

Eu sou do tipo de pessoa que consegue ler e ouvir musica ao mesmo tempo (me ajuda a me concentrar mais) e com isso evitar qualquer distração exterior (inclusive, desligava a internet do celular, para não me atrapalharem)

Me mantinha focado no que eu estava lendo, para que eu absorvesse o conteúdo e entendesse da melhor maneira possível, pois sabia que só teria a chance de ler aquele capítulo do livro naquele dia.

Ao final da leitura do capitulo, eu reservava alguns minutos para fazer um breve resumo sobre o que eu havia lido, anotando os pontos importantes e a lição aprendida com ele.

Se eu ficasse com dúvida em algum ponto, revisava aquele ponto ou se fosse algo mais técnico, eu procurava na internet.

Uma questão de prática

Quando eu terminei meu primeiro livro, ainda mais dentro do meu planejamento, eu fiquei espantado comigo mesmo, pois eu não sabia que era “capaz” de ler um livro inteiro. Quando mais jovem, nunca gostei de ler.

Depois que eu tive essa sensação de “poder fazer”, eu resolvi continuar e busquei um livro de tamanho semelhante, para ler. Mantive meu Planejamento e meu método de leitura.

Com o passar do tempo, sem perceber eu já estava lendo livros maiores, de 300, 400 páginas e sem fugir do “operacional”. Os lia de forma natural, sem esforço, por que eu desenvolvi essa disciplina na leitura.

E fui aumentando o tamanho dos livros, lendo livros de 500, 600, e o maior que eu li, dividido em dois livros, foi de um pouco mais de 1000 páginas (só pra constar o nome do livro é o Conde de Montecristo).

Após a leitura de alguns livros, eu me senti confortável e resolvi me testar. Então meu desafio era de ler agora 2 livros, em um mês e de temas diferentes (porém, complementares).

Meu máximo, foi conseguir ler 3 livros simultaneamente (um no trabalho, um na volta pra casa e um em casa nos fins de semana).

Hoje eu não consigo ficar sem algum livro pra ler, mantendo esse “desafio” interno, o metodo e o planejamento. Nesse momento, estou lendo dois livros ao mesmo tempo (um de ficção e outro mais científico), e consigo manter a minha consistência na leitura.

Mas tudo isso, por que eu  mantive a minha disciplina na leitura. Não comecei lendo livros grandes, nem lendo 2 ou 3 ao mesmo tempo. Essa disciplina foi sendo construída ao longo do tempo e todo o resto foi se ajustando.

Pegou a visão?

Viu como uma coisa simples, que é a leitura de um livro qualquer, tem tudo a ver com o que você deve fazer no mercado?!

Por mais que você não pense nisso (mas agora eu sei que vai), as pequenas coisas que você faz no seu dia a dia influenciam suas decisões e seu comportamento no mercado.

Então, se prestou a devida atenção,  aprendeu a lição. (Se não entendeu, leia o texto de novo até entender!)

Ser Trader: A disciplina de um trader

Ser Trader: A disciplina de um trader

A disciplina de um trader é o fator determinante para seu sucesso (entenda como sobrevivência) no mercado financeiro. O mercado é eficiente em jogar os que não são para fora e manter sempre os mais aptos a continuar. Então, nesse post, iremos nos aprofundar um pouco mais em Disciplina!

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Como eu posso ser mais disciplinado?!

Pois bem! Isso não é uma coisa que vem do dia para a noite. Não é algo que você compra numa loja na sua esquina ou se aprende fazendo o curso de algum outro cara do mercado.

Assim como a autoconfiança (e a CONSISTÊNCIA), a disciplina deve ser construída, tijolo por tijolo. Ou seja, um dia de cada vez

Muita gente tem dificuldades nisso, pois somos adestrados a receber ordens de um nível hierárquico maior, e executá-las sem questionar muito. Porém, quando vamos para o mercado, as decisões são tomadas por nós, e é de nossa total responsabilidade.

Sendo assim, tomar uma decisão torna-se um fardo, afetando diretamente nossa disciplina, por que quanto mais tomamos decisões que não tem os resultados que esperamos, mais tendemos a buscar algo diferente, e isso nos prejudica ainda mais, tornando tudo um ciclo vicioso.

Uma questão de hábito

Como já foi falado aqui no blog, nós criamos HÁBITOS E ROTINA, para ajudar a controlar o mundo ao nosso redor.

E quando se cria uma rotina de práticas e analises, você desenvolve mais rápido sua disciplina.

Quando você pratica o que aprendeu, seu cérebro guarda aquela informação, criando uma conexão neural (ou sinapses) e quanto mais você repetir, mais rápido essa conexão fica.

Quando você analisa os resultados das suas práticas, seu cérebro armazena o que  é bom (as atitudes que te levaram a acertar) e o que é ruim (as atitudes que te levaram a errar). A partir dessas informações, seu cérebro vai buscar o prazer de ter acertado com mais frequência, evitando os erros.

Porém, não podemos ignorar nossos erros, pois sem eles não haveriam aprendizado. Então, eles vão servir de mais material de estudo. Nossos erros são a base da nossa evolução.

É importante ter um Diário de Trade para se anotar essas experiências. Se não tem um, toma vergonha na cara e crie um simples no seu excel!*

* Vou fazer um post sobre o Diário de Trading e vou mostrar o meu modelo. Eu o fiz para atender as minhas necessidades, então pode servir como base para você montar o seu

Uma questão de escolha

Outro ponto importante é saber seguir seu plano, sua estratégia… Muitos traçam planos de trading, aprendem uma estratégia mas não seguem como deveriam, seja por medo, falta de confiança (no operacional ou em si mesmo) ou por falta de controle emocional.

Quando não seguimos um plano traçado por nós (como dito no começo, a tomada de decisão torna-se um fardo) nós ESCOLHEMOS a indisciplina. Sim, isso mesmo, escolhemos.

Nos deixamos levar pelos sentimentos do mercado (raiva, estresse, ansiedade…) e escolhemos sair do plano, que foi traçado quando você estava em seu modo mais racional possível.

Quando tomamos um loss, e queremos “recuperar” o prejuízo, estamos fazendo uma escolha de sermos indisciplinados, pois queremos nos vingar do mercado, vendo operação fora da estratégia, em um lugar nada a ver…

Então, a disciplina torna-se uma escolha. E deve ser feita de forma racional. Para ajudar, veja esse post sobre As REGRAS DA ATIVIDADE DÍFICIL.

Uma questão de repetição

Muitos, quando erram uma pequena quantidade de vezes e já querem mudar de operacional, mudar a estratégia, aprender coisas novas, sem de fato ter aprendido as antigas.

Disciplina necessita de resiliência e repetição. Ela é moldada a partir dos erros cometidos e da capacidade de se manter focado.

Isso quer dizer que a cada erro cometido, analisado e que se tenha aprendido alguma lição,você se torna mais disciplinado, se mantendo fiel a sua estratégia.

E não estou falando de algo de um ou dois meses não… Estou falando em praticar por alguns anos.

Quanto mais se pratica e se repete, mais fácil se nota qualquer detalhe. Não adianta querer fazer curso com alguém que está a 10 anos no mercado, e achar que com 6 meses de estudo você vai estar no mesmo nível do que o professor… Você não vai estar nem perto…

Portanto, permita-se a um tempo de maturação. Crie raízes no que você está fazendo. No começo do aprendizado, tudo é difícil, mas com o tempo os obstáculos vão ficando menores. (Isso, claro se você aprender com os erros).

Vazio (Ensō)

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Simbolo do Ensō

Esse é um termo que eu gosto muito. Eu fui apresentado a ele ao ler um livro chamado O livro dos cinco anéis, de Myamoto Musashi.

Nesse conceito de “vazio” ele aborda como se fosse na verdade, a soma de tudo. Ou seja, tudo o que você aprendeu, leu, praticou, viu, ouviu e por aí vai.

Quando estamos nesse nível, nossa mente não se preocupa em pensar na técnica, você age.

Nesse estado “vazio” você reage de forma automática as coisas, sem parar para pensar muito, pois sua mente está processando tudo muito rápido. Por isso, alguns traders mais experientes conseguem ver aberturas no mercado que os iniciantes não conseguem.

Você já praticou tanto que as suas conexões entre o que você vê no gráfico, o que você sabe e qual decisão tomar, é tomada em um instante que quando percebe, já está posicionado. E a análise do gráfico, vem logo depois, só para poder confirmar.

Não confunda isso com estado de fluxo. Aqui (no “vazio“) você está de forma racional. Pense que esse estado é um nível acima do se manter racional, enquanto no estado de fluxo, todo o conjunto (emocional e racional) estão em harmonia e você realiza suas tarefas meio que sem perceber.

Então, pratique muito, mas muito mesmo. Estude muito. Ganhe tempo de tela primeiro e depois aprenda as teorias. Assim, você vai construindo sua disciplina, que te leva a consistência.

Ser Trader: Lidando com o medo

Ser Trader: Lidando com o medo

Todos nós temos medo de alguma coisa. Seja de altura, de algum animal ou até de uma situação. O que nos diferencia é a resposta para a pergunta: Como estou lidando com o medo?

Medo? Quem nunca…

Esse sentimento está enraizado na nossa mente e não tem como fugir. Até por que, se não fosse pelo medo dos nossos antepassados, não estaríamos aqui hoje.

O medo não está enraizado em nós sem um motivo. Ele serve para nos alertar de perigos, reais ou imaginários, e ativar nossa defesa.

Quando sentimos medo (ou ameaçados), nosso cérebro entra em modo de fugir ou lutar, como eu já expliquei no Post sobre FRUSTRAÇÃO E ESTRESSE.

Ele ativa certas regiões do nosso cérebro que nos colocam em uma “visão de túnel“, impedindo que vejamos outras coisas ao redor.

Se há uma ameaça real, como por exemplo algo contra nossa vida, nosso corpo desvia energia para os músculos inferiores e superiores para que possamos nos defender ou fugir da ameaça.

Quando essa ameaça é imaginária, como por exemplo estar “preso” em alguma situação, nosso cérebro começa a ficar dentro de um CIRCUITO FECHADO, e dependendo da intensidade, ativar aquele MODO DE AUTODESTRUIÇÃO

Grandes decisões, grandes medos

Nós como seres racionais (em geral, na menor parte do tempo possível) criamos HÁBITOS E ROTINAS, afim de manter o controle do ambiente a nossa volta. Somos dominadores por excelência.

Sendo assim, é completamente normal criamos zonas de conforto com algo que nós fazemos repetidamente. Um bom exemplo é observar alguém que trabalha em alguma empresa privada.

Quando trabalhamos, criamos uma rotina, desde de o horário de sair de casa e qual condução pegar para chegar, até em como vai ser nosso dia na empresa, por exemplo.

E se algum imprevisto acontecer no meio do percurso – Um engarrafamento ou um erro cometido durante o trabalho – nos gera uma sentimento de medo, que logo se transforma em stress.

Pode ser um medo de algum julgamento ou medo de perder o emprego, que acabam gerando esse stress e com isso, seu dia vai ficando horrível. Um dia bom é um dia sem imprevistos, certo?!

Porém, quando tomamos a atitude racional de sair da nossa zona de conforto e fazer algo diferente do habitual, nosso inconsciente sente medo. E quanto maior for essa decisão, maior é o medo que sentimos.

Eu, por exemplo, depois que fui convidado a me retirar da empresa onde trabalhava, tomei a decisão de me tornar um Trader e viver do mercado. No início, a cada loss que tomava, a cada dia que fechava no prejuízo, eu sentia medo de não conseguir.

E essa não é a melhor sensação do mundo…

O Bicho Papão dos Traders

Muitos Traders abandonam outras profissões e carreiras para poder se dedicar por completo ao mercado. No geral, quem fica em cima do muro não vai muito longe.

E quando mergulhamos de cabeça no mercado, e abandonamos nossa zona de conforto, sentimos muito, mas muito medo! (mais medo do que sentimos quando a barata começa a voar!)

Temos medo de não dar certo no mercado, medo de quebrar a conta, medo de não sermos capazes de fazer grandes coisas… Isso é comum.

Na verdade, esse “medo de falhar” serve como um sinal, para que você se planeje para o pior cenário possível (e imaginável por você). Essa sensação te leva a pensar na situação mais crítica e se preparar para ela.

Note: “Se preparar para ela”. Não quer dizer que é para “Focar” nela.

Ninguém quer quebrar uma conta, isso é fato. Logo é importante ter um plano afim de evitar que isso aconteça e depois de pronto, focar no que importa: Em fazer dar certo!

Vamos aprender a conviver com o Medo?!

Não adianta, você não vai se livrar dele. Nunca. Jamais.

Então o que deve ser feito, é aprender a lidar com o medo, de forma racional. Lembre-se que ele gera informações (úteis, se prestar a devida atenção) para você.

Não adianta se deixar levar por ele, sem questionar as coisas. Muitas vezes, criamos histórias na nossa cabeça e nos apegamos a elas, que esquecemos a realidade a nossa volta.

As vezes nos prendemos tanto a um dia, ou semana ruim, que esquecemos que viemos de uma sequencia de ganhos absurda. E nos deixamos levar pelo “medo de falhar”.

E advinha o que acontece?! Exatamente o que você pensou…

Em outros posts eu já mostrei como LIDAR COM OS ERROS e COMO LIDAR COM AS PERDAS.Mostrei que é normal isso ocorrer. O problema começa quando deixamos ser dominados e levados à AUTOSSABOTAGEM

Então, depois de ler esse post, qual vai ser a sua resposta a pergunta do início do post? Quero que você me responda…

Ser Trader: Se tornando Antifrágil

Ser Trader: Se tornando Antifrágil

Assim que acabei com a leitura de A Lógica do Cisne Negro, logo emendei a leitura em um outro livro, do mesmo autor, chamado Antigráfil. Como esse livro é gigante, vou trazer alguns posts sobre os pontos que achar interessante, e assim, a gente vai se tornando Antifrágil juntos!

Antes de mais nada, o que é Antifrágil?!

Este conceito, criado pelo próprio autor do livro, expõe o seguinte: Existem três tipos de materiais no mundo: Os frágeis, os robustos/resilientes e os antifrágeis.

Os frágeis, como o próprio nome diz, não sustentam uma grande quantidade de pressão, se quebrando com bastante facilidade.

Os Robustos/Resilientes são materiais que, mesmo após intensa pressão, mantêm seu estado constante,sem sofrer alterações, ou caso as sofra, nada que desestabilize. (geralmente, esse é o que dizemos que é o contrário de frágil)

Já os Antifrágeis, são materiais que, mesmo após exposto a grandes pressões, não retornam a sua forma original, mas sim, voltam melhores do que eram no início. Se beneficiam dessas pressões;

Alguém já ouviu falar em Hormese?!

Hormese é um termo criado em 1888, para indicar que pequenas doses de substâncias que, originalmente são prejudiciais a saúde, acabam ajudando na melhora do corpo, tornando-o mais resistente.

Como por exemplo as vacinas, que usam o vírus de forma branda, para que seu próprio corpo, crie resistência e combata-o de forma ativa.

Ah, mas o que isso tem a ver com o mercado financeiro?!” Calma que eu já chego lá…

o que não mata fortalece

Agentes Estressores, sabe quem são?!

Pois bem, de forma direta, agentes estressores são toda e qualquer perturbação em um sistema em “equilíbrio”, seja ele de forma interna (de dentro do sistema para fora) quanto externo (de fora do sistema para dentro).

Por exemplo, um agente estressor externo pode ser o calor infernal, que realmente causa incomodo na maioria das pessoas (eu, inclusive) e com isso, mesmo de forma involuntária, acaba alterando seu humor ou rotina no dia.

Bem, eu precisava desses conceitos explicados para que facilitasse o entendimento desse e dos próximos posts… agora sim…

Agentes estressores do mercado financeiro…

Para nós Traders, o que mais temos são agentes estressores. Para qualquer lado que nós olharmos, lá esta algum evento que pode causar um impacto tremendo no nosso dia.

Pode ser uma noticia, um dado econômico, um evento mundial, a prisão de algum político, o governo… e até mesmo uma instituição financeira que naquele dia, por um acaso, resolveu operar mais pesado…

Enfim, temos a profissão mais hardcore do mundo. E isso estou falando de coisas externas que não podemos controlar.

No âmbito interno, temos como agentes nossa ansiedade, nervosismo, raiva, stress, frustração, alegria, euforia, autoconfiança entre outros.

Esses agentes internos, podem ser “dosados” através do nosso autoconhecimento, pois eles, mesmo sendo sentimentos bons, em excesso são prejudiciais a nossa vida no mercado.

A Hormese do Trader…

Como disse, a hormese consiste em pequenas doses de algo que é letal a nossa vida, para que criemos resistência a essa substância.

Para um trader, essas “doses de substâncias letais” são os sentimentos gerados pelas operações realizadas. A cada operação, geramos um sentimento diferente, baseado em um dos agentes estressores mencionados antes.

Esses agentes geram informações sobre nós mesmos e, em quase todos os casos, o que precisamos corrigir e o que precisamos continuar a fazer.

Sabendo a dose certa a ser aplicada, ficamos mais robustos/resilientes a cada operação, a cada dia no mercado. Se aplicarmos uma dose muito pequena, nada de mais acontece. Muito grande, “matamos o paciente”. Então, saber dosar, é fundamental para que a evolução ocorra.

Mas lembre-se que a hormese não te torna Antifrágil, mas sim Robusto/Resiliente. Você passará de um trader Frágil, para um trader mais resistente.

Se tornando Antifrágil

Como disse, o Antifrágil é aquele que volta melhor do que a sua forma inicial. Logo, para o Trader seria algo como após ter um grande loss, ou ter feito uma besteira no mercado, literalmente aprender com o erro e voltar renovado.

Mas não é somente olhar e dizer: “Ah, foi aqui que eu errei” e pronto. É ir além disso.

É reavaliar seu operacional, seu plano de trading, seu psicológico, estudar os replays de mercado, buscar mais  conhecimento e tudo o que ele precisa para operar novamente no mercado.

Um trader nesse nível, sabe que ele é totalmente responsável pelo seu resultado, e com isso, deve melhorar constantemente, por isso, aprender com os erros (e principalmente com os erros dos outros) é um diferencial.

Isso o torna mais ágil em tomar decisões assertivas, evita hesitação e o faz chegar mais longe do que qualquer outro.

Grafite e Diamante

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Já que mencionei um pouco de biologia nesse post, nada mais justo que eu mencionar Química também!

O carbono puro é o elemento principal que compõe ambos, porém o que os diferem são justamente as condições as quais eles foram expostos.

Para se formar o grafite, as condições de temperatura e pressão (agentes estressores) precisam ser muito inferiores em relação ao diamante.Basicamente, um nível mínimo de pressão e temperatura razoáveis.

Para que se forme um diamante, o carbono deve suportar à pressão e temperaturas altíssimas, para que possa ser cristalizado. Como uma forma de hormese natural, absorvendo a pressão e a temperatura ao seu redor e usando em beneficio próprio.

Sendo dosado da forma certa, um elemento simples como o carbono, pode se tornar o grafite, que você usa para escrever e quebra com facilidade ou o diamante que você tem que trabalhar (E MUITO) para comprar e é  quase indestrutível… pensa nisso…

Como disse no começo do post, o Livro Antifrágil é gigante, então, um resumo dele deve demorar um pouco para pintar por aqui. Então resolvi escrever alguns posts enquanto leio, trazendo pontos que julgar importantes para nós Traders!